A diversidade cultural, as desigualdades econômicas e os diferentes contextos socioambientais definem certas singularidades na educação do país. O "sujeito"professor também expressa essa multiplicidade – que determina parte considerável dos seus conhecimentos prévios – e é preciso que as metodologias de formação levem em conta essa característica, que é muito importante.
Sueli Furlan
Que silêncio é esse? De reflexão? De reprovação? De querer mais do que o oferecido? Silêncio que expressa o quê? Essas perguntas habitaram meu pensamento por horas. Queria encontrar respostas que justificassem a postura do grupo nos dois primeiros dias de encontro do parâmetros em Ação: pouquíssimas pessoas participavam das discussões, explicitavam suas crenças ou se opunham àquilo que estava sendo tratado.
Apesar dessa constatação, permaneci com a sensação de que ali estavam profissionais envolvidos, disponíveis para a aprendizagem. Em nenhum momento mostraram-se hostis. O que estava acontecendo, então? Compartilhei minha angústia com a Regina Lico, minha companheira de quarto e, para minha surpresa, ela sugeriu que eu dividisse essa preocupação com os próprios educadores. Sua sugestão me causou ao mesmo tempo vontade de experimentar e receio. "Nossa, essa é uma estratégia ousada!", comentei.
"E formador precisa ser ousado!", foi o que ouvi. Deu vontade de experimentar, ou melhor dizendo, de ousar. Venceu o receio.
À noite, a partir da sugestão da Regina Lico, escrevi um relato expressando faria algumas mudanças na pauta anunciada no início dos trabalhos.
“Primeiro, a constatação: pauta pensada, repensada, não é sinônimo de rumo certo, objetivo atingido. Às vezes é necessário mudar o rumo.
Só agora, tarde da noite, é que me permito refletir sobre os acontecimentos do dia. Primeiro dia – observo as pessoas. Alguns olhos curiosos parecem se perguntar: ‘Afinal de contas do que se trata esse Encontro? E esse material? O que especificamente farei com ele?’
Outros olhos travam uma batalha contra o cansaço. O dia é longo e tantas outras variáveis permeiam o seu desenrolar: as horas de viagem, o filho doente…
Ansiosa em estabelecer um vínculo com o grupo e atendê-lo em sua necessidade principal me deparo com o primeiro obstáculo: as questões colocadas pelas seqüências iniciais não são provocativas, não causam aquele desconforto saudável e desejado por todo formador. Que silêncio é esse? De reflexão?De reprovação? De querer mais do que o oferecido? Silêncio que expressa o quê?Segundo dia – Começo a pensar em mudar um pouco o rumo da pauta.
Talvez as questões sobre a alfabetização sejam mais pertinentes para esse grupo. As seqüências envolvendo o Módulo Educar e Cuidar parecem não funcionar como disparadoras das necessárias discussões. Hora de mudar o rumo?
Eis aqui a difícil e motivadora missão do formador: planejar e estar atento aos saberes do grupo, ao movimento que revela e indica os rumos da caminhada. Afinal de contas, não é isso que propomos que os professores façam em relação a seus alunos?”
É preciso não perder de vista que o educador também possui conhecimentos prévios e que é a partir deles que outros conhecimentos serão edificados. Ignorá-los significa retroceder ao tempo da tábula rasa. O grupo ouviu atento e aparentemente surpreso. Ao final, um silêncio pairou na sala, ninguém se manifestou. Propus as mudanças na condução da pauta e todos aceitaram. Acho que a manifestação veio mesmo algumas horas depois: as pessoas expondo suas idéias, tentando persuadir os companheiros nos momentos de discussão, estreitando vínculos comigo e, no último dia, revelando-se nas atividades de simulação, momento em que assumem o papel de formadores.
Só agora, distante da situação e de toda a ansiedade que envolve ter de mudar, da noite para o dia, uma pauta criteriosamente planejada, tenho consciência do impacto desse acontecimento no meu percurso de formadora. Ser formador exige reflexão sistemática sobre a própria prática, autonomia intelectual, compromisso político, destituição da crença em verdades absolutas. Exige habilidades: a habilidade de cobrar e oferecer, desestabilizar e acolher, desejar saber e provocar esse desejo no outro… Exige intimidade com a "arte de fazer da diversidade a regra", como aconselha Perrenoud.
Cristiane Pelissari
Num dos grupos que coordenei no Encontro do Parâmetros em Ação tive de alterar consideravelmente a pauta, o que me fez refletir sobre a importância de termos algumas atividades ou questões alternativas para trabalhar com grupos que tenham pouca informação sobre os conteúdos a serem abordados.
A dificuldade de lidar com esse grupo me fez lembrar de algo que sempre penso: "Um bom professor não é aquele que é eficiente somente com os bons alunos, mas aquele que também é eficiente (consegue de fato ensinar) com aqueles alunos com mais dificuldades". Essa questão me angustiava, porque não adiantava eu estar feliz por ter feito um bom trabalho na semana anterior com um grupo que respondeu muito bem às atividades propostas…Era preciso conseguir atingir os objetivos do trabalho também com este grupo que estava demonstrando mais dificuldades… Por isso, conversei muito com as formadoras Rosinha e Rosa Antunes, e discutimos a importância, para o bom desempenho de um grupo de formação, da existência de conhecimentos prévios pertinentes e de disponibilidade para a aprendizagem. No caso, aparentemente faltavam essas duas condições.
Em relação ao primeiro item – falta de conhecimentos prévios –, decidi alterar a pauta de trabalho. Em relação ao segundo – a aparente falta de disponibilidade para aprender –, julguei que era conseqüência da ansiedade e insegurança dos educadores para desenvolver um trabalho sobre o qual não tinham ainda muitas certezas e /ou que acreditavam não ter condições de realizar. A discussão sobre questões relacionadas à organização do trabalho de coordenador de grupo pareceu contribuir para atenuar os sentimentos deles em relação à nova tarefa que estavam sendo convidados a assumir…
Sandra Mayumi Murakami Medrano
Renata Violante
Que os alunos têm saberes diferentes já é bem sabido por nós, formadores. Prova disso é o quanto temos nos empenhado em discutir, com os professores de todo o país, que é preciso educar na diversidade. A novidade parece, então, residir no deslocamento do sujeito-professor para o sujeito-formador de formadores (que é o papel que desempenhamos no Programa Parâmetros em Ação): como é formar na diversidade? Como é conceber a diversidade de saberes dos futuros formadores como uma das principais variáveis da organização e da condução da pauta? Quais competências precisamos desenvolver para desvelar as teorias que guiam a prática dos educadores e, assim, criarmos referenciais que desencadeiem as discussões necessárias e formativas?
Não consigo, ainda, adentrar o campo das respostas para essas questões. Provavelmente construir-se-ão ao longo do meu percurso de formadora. Hoje, consigo apenas acreditar que, se pretendemos formar formadores a partir de uma proposta coerente com os princípios que queremos que eles utilizem com seus professores, e estes últimos, com seus alunos, precisamos explicitar, de alguma forma, como considerar a variável diversidade de conhecimentos prévios no trabalho de formação.
Beatriz Bontempi Gouveia
A maioria do grupo era de professores e pensava como professor. Eles demonstravam uma ansiedade para contar problemas de suas escolas e de seus alunos. Alguns contaram que, durante muitos anos, não tinham tido oportunidade de fazer cursos ou trocar experiências com outros colegas.
Algumas questões polêmicas dividiram o grupo, como, por exemplo, a presença de rituais religiosos na escola – rezar na entrada da aula. Na avaliação final, os professores explicitaram o "medo" da responsabilidade que lhes foi dada. Na minha opinião, esse "medo" é realista. Muitos sentiram dificuldade ao longo do Encontro e outros sabem que precisam estudar muito para darem conta das novas funções. Eles vão precisar de ajuda!
Antonia Terra
Maria Laura Petitinga Silva
No momento da atividade "Procure Alguém", vários participantes disseram que já conheciam essa estratégia e que já a utilizavam com os professores. Combinei então não me estender na discussão, mas insisti que faríamos a atividade porque muitos ainda não a conheciam.
Márcia Gianvechio
É necessário explicitar a terminologia que utilizamos: ela pode ser familiar apenas para nós mesmos, e não para o grupo.
Renata Violante
Luciana Hubner
Potencializar talentos e conhecimentos do grupo
Por que será que isso ocorre? Provavelmente, porque eles vivenciam momentos de formação e de reflexão sobre formação de professores com um outro foco, outro significado, com seriedade, com conteúdo. O conteúdo dialogado, refletido e construído nesses encontros é consistente, revela a complexidade que permeia a ação educativa e, ao mesmo tempo, como é possível trabalhar com o professor para que ele possa ressignificar a sua prática e cada vez mais possa planejar melhores situações de aprendizagem, para que seus alunos ampliem seus repertórios e construam seus conhecimentos.
Uma das coisas que mais me anima nesse trabalho é que não vendemos receitas, mas contribuímos para a descoberta de "fontes". Sonhamos com a possibilidade de que cada professor seja uma fonte inesgotável de possibilidades. E como suas salas de aula são repletas de alunos singulares, para cada situação – como ele é fonte – sempre descobrirá possibilidades e – como seus colegas também são fontes – poderão, no coletivo, descobrir muitas outras possibilidades.
Regina Cabral
Lembro-me da primeira vez que fizemos a atividade de escrita da memória nos grupos do Parâmetros em Ação. O grupo era grande e uma participante me pediu para ler a sua memória, já no fim do tempo previsto, pois só naquele momento ela havia se encorajado a fazê-lo. Decidimos ouvi-la. É um dos mais belos textos que coleciono, pois trata-se de uma escritora (que ela é na atualidade) que conheceu o seu primeiro livro já grande, uma vez que morava na roça e não tinha essa oportunidade lá. Apaixonou-se tanto por livros, que tornou-se um leitora contumaz e, hoje, escreve contos para crianças. Todo o grupo se emocionou com o relato e foi uma das melhores discussões que já fiz sobre esse tipo de escrita – das memórias.
Sueli Furlan
Viviane Canecchio Ferreirinho
Freqüentemente, nos damos conta de coisas que pensávamos estar fazendo bem, mas que podem ser melhoradas. E também nos damos conta de coisas que parecem ser insignificantes, porém têm muito valor. Nunca tinha percebido que escrevo durante o Encontro, e que essa atitude faz com que as pessoas procurem saber por que e o que estou escrevendo. Num dos grupos que coordenei, Giulia observou que, quando eu copiava a informação de um cartaz ou quando dizia "Vou escrever o que a … disse, pois me parece muito importante", eu validava o conhecimento do grupo, e que as pessoas que não davam muita atenção aos comentários dos colegas, ao me verem escrever, pediam para eles repetirem e também acabavam por registrar alguma coisa.
Renata Violante
Não desestabilizar o grupo
Muitas vezes, o fato de reconhecer que não se sabe algo não desencadeia desejo de aprender, mas, ao contrário, um bloqueio diante do que é novo. Foi com essa sensação que terminei um dos trabalhos do Parâmetros em Ação, no qual decidimos inserir uma discussão sobre o ensino da Matemática, juntamente com a das propostas de alfabetização com textos. A impressão que tive é que era muita novidade de uma só vez, o que deve ter provocado uma sensação de não saber acima do limite suportável… especialmente porque tratava-se de pessoas que estavam sendo convidadas a coordenar um trabalho de formação de professores.
Renata Violante
José Dionísio
Dar devolutivas que, ao mesmo tempo, incentivam e apontam as necessidades de avanço
Nesta cadência de formação deve-se garantir um espaço real de interlocução, um tempo em que formadores e professores planejam juntos, pensam juntos, refletem juntos e projetam juntos. Além de lançar mão do repertório de estratégias metodológicas que vimos pensando e ampliando, o formador não pode esquecer do momento de aprendizagem de seu grupo de professores, dos conhecimentos prévios de que dispõem no momento, do poder de fogo intelectual que apresentam e do movimento de, ao mesmo tempo, apontar questões e acolher. É preciso cuidar desta parceria formador/professor para não exigir sem oferecer instrumentos, para não deixá-los sozinhos e desarmados, para a música não vibrar alta demais para um corpo.
Beatriz Bontempi Gouveia
Renata Violante
Não deixar transparecer o mau humor com os profissionais desinformados, resistentes, monopolizadores Minha expectativa era encontrar um grupo com um nível de conhecimento elevado e admito que eu estava um tanto receosa. Não pelo suposto conhecimento do grupo, e sim pela receptividade que teria. Como seria esse grupo?
O primeiro contato foi tranqüilo e a turma me recebeu muito bem. As condições de trabalho eram um tanto precárias, tendo, por exemplo, um único retroprojetor para três turmas, o que evidentemente, provocou uma dificuldade para desenvolver o trabalho.
"Um bom formador deixa tudo pronto, para não atrapalhar o trabalho." comentou uma participante do grupo, diante da falta do retroprojetor para uma atividade. Ela já havia realizado outras provocações, opondo-se a tudo que era colocado, enfatizando seu conhecimento em relação aos Parâmetros Curriculares. Aproveitei sua fala e chamei a atenção da turma para os imprevistos que podem acontecer num momento de formação, exemplificando com o que havia acabado de ocorrer e acrescentando que é sempre importante que o formador tenha uma "carta na manga" – o primordial é não deixar de fazer o trabalho proposto. Ou seja, um bom formador deve ultrapassar os obstáculos do caminho. Conversamos um pouco sobre as dificuldades em desenvolver um bom trabalho de formação e sobre como não se deixar abater pelos percalços.
A forma como encaminhei essa discussão envolveu o grupo, desmistificando o superpoder de quem coordena o trabalho e seduzindo a educadora que havia feito as provocações a se envolver nas atividades – o fato é que, no final das contas, ela passou a me auxiliar na organização do material.
Maria Cristina Leandro Paiva
Reconhecer as próprias falhas como formador
Na ansiedade de dar conta da pauta de trabalho com as questões de alfabetização, que era a mais desafiadora para este grupo, acabei me atrapalhando na apresentação do texto A menina do chapéu verde. Ao invés de mostrar primeiro o texto transcrito, mostrei a escrita da criança… Acabei com a surpresa e com a problematização! Comentei esse erro com o grupo e foquei a discussão nas estratégias metodológicas de formação, refletindo sobre como um procedimento mal-encaminhado poderia estragar, e até abortar, um tema riquíssimo. Como mencionou uma professora, estratégias de formação são como atividades pensadas para as crianças: têm que ser possíveis e difíceis, ou seja têm de levar o professor a pensar.
Viviane Canecchio Ferreirinho
Explicitei esses dois erros da minha parte, o que favoreceu uma análise interessante para os educadores, especialmente a possibilidade de aprendermos com situações ocorridas de forma inadequada.
Sandra Mayumi Murakami Medrano
Freqüentemente, tenho antecipado para os grupos de formação aspectos da minha prática que gostaria de melhorar, como, por exemplo, a questão do registro coletivo. Essa experiência tem sido muito positiva, pois permite que olhem para o coordenador como alguém que tem limitações e que está sempre em busca de melhorar.
Renata Violante
Explicitar as lições aprendidas, o próprio processo de formação
O grupo era o terceiro com que eu trabalhava no Programa Parâmetros em Ação. No primeiro dia do Encontro, as pessoas pareceram-me muito tímidas; mesmo as que já se conheciam conversavam pouco. Tenho começado os Encontros com a história "O que uma mulher espera de um homem" (Rei Artur), lendo parte da história no início da tarde, deixando para contar o restante no final, brinco um pouco, peço que explicitem seu palpite sobre o desfecho da história e, até então, essa me parecia uma boa estratégia para iniciar o "namoro" com o grupo, pois o conto é engraçado, tem a questão do suspense e as pessoas acabam por conversar um pouco, deixando o "clima" mais descontraído.
Com esse grupo foi um pouco diferente: disse que gostaria de começar nosso Encontro com uma história, li o trecho inicial e comecei a questionar as participantes sobre o que achavam que seria a decisão do cavaleiro. As pessoas, timidamente, davam suas impressões com frases curtas e evasivas, sem o entusiasmo demonstrado pelos outros grupos em que já havia contado o mesmo trecho – fiquei um pouco intrigada, mas continuei o trabalho. Durante a apresentação, procuraram ser breves, não se estendendo muito com detalhes. Conforme fui apresentando a estrutura do trabalho dos quatro dias do Encontro, juntamente com as expectativas de aprendizagem, percebia um silêncio grande, mas não conseguia identificar o porquê. Fizemos os combinados sobre o Caderno de Registro Coletivo, as participantes escreveram suas memórias e as leram para o grupo, exploraram minimamente os livretos do programa, ou seja, consegui cumprir a pauta do dia – na verdade, as pessoas acatavam o que eu dizia sem questionar ou sugerir nada.
No segundo dia, não foi muito diferente: procurei ficar mais atenta ainda ao movimento do grupo, a cada discussão tentava "cutucá-las" ao máximo para ver se iam além de respostas curtas às questões levantadas. Observei que, embora não tivessem muito conhecimento sobre o conteúdo debatido (alfabetização), não me parecia ser esse o motivo de tanta timidez, pois as pessoas acabavam por expor suas hipóteses ao analisar as escritas dos alunos, traziam algumas dúvidas, mas nada com muito entusiasmo: parece que faltava "vida" nas discussões, só havia alguma "inflamação" quando alguém tocava em questões salariais, havia no ar o fantasma da diferença salarial entre os municípios, mas nada muito explícito.
No final da tarde, não agüentando mais, resolvi abrir para o grupo a minha inquietação, disse que as percebia muito quietas, que não estava conseguindo "ler" esse silêncio e que gostaria que elas dissessem o que estava se passando, se era o conteúdo que estávamos discutindo ou a forma como estávamos fazendo que não as deixava falar muito. Depois de um longo silêncio, entrecortado com alguns "Não. Imagina!", "Tá tudo bem!", uma das participantes se colocou da seguinte forma: "Você quer mesmo saber o que a gente está sentindo? O que está ‘rolando’ no café, nos corredores? Nós estamos morrendo de medo de ser Coordenadores de Grupo! A gente não sabe o que é isso, e se vai dar conta!". Outras falas vieram engrossar essa denúncia. Rapidamente fiz uma retrospectiva dos dois dias e, embora não tivesse muita clareza do que fazer, sabia que tinha de fazer algo. Então, me comprometi a falar do assunto no dia seguinte, uma vez que o tempo estava esgotado (graças a Deus!). Durante o caminho de volta para o hotel, fui pensando em como poderia fazer para ajudar o grupo nessa questão do papel de formador que lhes estava sendo colocada pelo Programa. Tentei pensar no meu trajeto na Secretaria de Educação em que trabalho e no que a minha experiência poderia ajudar nesse momento. Discuti a situação com a Rosa Maria, que estava trabalhando com o outro grupo de 1ª- a 4ª- e alfabetização, e à noite, juntamente com a formadora do grupo de EJA, Sandra Medrano, rediscutimos a pauta do terceiro dia do Encontro e construímos um instrumento para orientar o trabalho do Coordenador de Grupo.
Com esse material em mãos, reorganizei a pauta do terceiro dia, iniciando com a discussão do papel de formador do coordenador de grupo: a cada questão apresentada, percebia que o grupo ia ficando mais animado, a discussão fluía com bastante pertinência, as dúvidas que surgiam tinham coerência e o que não conseguíamos responder no grupo ia para o painel de dúvidas, que seriam dirigidas aos Secretários Municipais na Plenária de Encerramento.
Procurei, sempre que possível, trazer para a discussão a experiência de implementação do Parâmetros em Ação na Secretaria em que trabalho, explicitando o processo que vivemos, as dúvidas que tivemos, o jeito que conseguimos resolver algumas questões e onde ainda estávamos errando e buscando soluções. Estava, nesse momento, com a expectativa de que pudessem perceber que, embora essa condição de formador requeira, sim, muita responsabilidade de quem a assume, também é uma competência que se constrói no processo, que é sendo formador que se aprende a fazer formação de professores.
Acho que ganhei o grupo nesse momento: a partir daí notei que estavam muito entusiasmadas com a possibilidade de fazer um trabalho novo em suas cidades.
Pedi que se agrupassem, então, por municípios e que tentassem responder às questões propostas, pensando na sua realidade. E cada vez que alguém levantava alguma questão, as colegas já traziam sugestões de encaminhamento. É engraçado como o foco da discussão parecia ter mudado: todas já falavam como se fossem as coordenadoras de suas escolas, referiam-se aos professores, como "o meu grupo", parece que valeu a pena ter mudado a pauta e atendido à necessidade do grupo. Novamente explicitei para elas o meu percurso, falei das alterações que fiz em função da necessidade do grupo, procurei deixar claro que, num trabalho de formação, essas mudanças de rota às vezes são fundamentais e devem acontecer. Em seguida, retomei a pauta inicial e discutimos as vivências, nas quais elas poderiam simular essa nova situação de coordenadoras, planejando previamente um Encontro e depois coordenando uma seqüência de atividades com o grupo. Foi muito proveitoso esse momento, pois ocorreu a seguir a discussão do papel de coordenador de grupo: elas pareceram levar muito a sério esse momento, preocupavam-se em planejar muito bem cada detalhe da simulação.
Percebi o quanto essa situação toda foi educativa para elas e, principalmente, para mim – o fato de deparar-me com um grupo quieto (o que me pareceu, a princípio, timidez, resistência…), na verdade, revelava que o que realmente estava acontecendo era falta de clareza do que se esperava que fizessem depois do Encontro. Foi a primeira vez que uma situação desse tipo acontece comigo e acho que o mais importante que fiz foi explicitar para o grupo a minha preocupação com relação ao trabalho que estava desenvolvendo, a dúvida quanto à sua participação e "aprendizagem". Se tivesse ficado apenas na dúvida, sem perguntar o que estava acontecendo, provavelmente teria cumprido a pauta sem nenhum problema, as pessoas continuariam "participando" timidamente, com a cabeça em outro lugar, e sairíamos todas com a sensação de um Encontro "morno". Ao correr o risco de ouvir algo que talvez não gostasse – pois elas poderiam dizer que era a forma como eu fazia uma coisa ou outra ou qualquer coisa que não me agradasse muito – aprendi/constatei que, como se diz nos livros, "o planejamento é flexível", que "se deve estar atento ao movimento grupo" e, o mais importante, que: "o conhecimento se constrói na interação com o outro". Aprendi também que se estivesse sozinha nessa situação, sem a possibilidade de troca com as parceiras da equipe, seria muito mais difícil "chegar a um final feliz!" Aprendi, portanto, mais uma vez, que se aprende a fazer formação de professores, fazendo formação de professores!
Rosa Maria Monsanto Glória
As falas das formadoras são importantes para refletirmos sobre o trabalho que se vem desenvolvendo com os grupos de professores de C1 1º Ano.
ResponderExcluirVale ressaltar a fala de Regina Cabral quando nos desafia a pensar sobre competência do formador ao fazer a seguinte reflexão:
- “Como é possível trabalhar com o professor para que ele possa ressignificar a sua prática e cada vez mais possa planejar melhores situações de aprendizagem, para que os alunos ampliem seus repertórios e construam seus conhecimentos”.
Realmente não é fácil, mas utilizei juntamente com Valéria Fernades a estratégia de trabalhar com os alunos para que o professor da turma observasse o instrumento utilizado para alfabetizar numa perspectiva de construção do conhecimento. Mostrar a importância da leitura e da escrita no primeiro ano do ciclo e não no último ano. Obtivemos resultados positivos, um exemplo disso foi o relato de uma das professoras ao afirma que “nunca imaginou que a maioria da turma poderia conseguir escrever textos em um ano”.
Para finalizar “as crianças não aprendem a ler para encontrar sentido na escrita. Elas se empenham para encontrar sentido na escrita e, como consequência, aprendem a ler”. Smith
Caros colegas, início meus comentários com a frase “é sendo formador que se aprende a fazer formação de professores”. Esta celebre frase nos faz pensar que não temos o controle de toda situação, o caminho exige de nós muita reflexão da prática por meio do registro reflexivo, pois são muitas variáveis que precisamos ativar para rodar uma formação e conseguir mexer com a prática do professor alfabetizador. Deste modo, precisamos que os nossos professores se sintam grupo e não um aglomerado de pessoas. O trabalho de grupo unifica, fortalece, impulsiona criando um clima de entusiasmo crescente, pois há necessidade de criar espaço real de interlocução com os professores. Outra variável é proporcionar um ritmo de trabalho nos encontros, pois estamos querendo que o professor aprenda com a nossa prática e adote um ritmo de trabalho com início, meio e fim, dividindo o tempo para cada atividade e criando uma ambiência na sala de aula. Também é importante avaliar a sequência da pauta, ou seja, que atividade é mais apropriada rodar naquele exato momento de modo atingir o efeito desejado. O texto diz que “pauta pensada, repensada, não é sinônimo de rumo certo, objetivo atingido. Às vezes é necessário mudar o rumo”, no nosso caso mudamos a sequência.Temos proposto nos encontro o relato de experiência e considero esse momento o que costumo chamar ponto forte da pauta. Nesse momento o professor ativa seus conhecimentos prévios da prática de alfabetização e socializa saberes. Naquele momento ele mostra o que sabe e o que não sabe o que aprendeu durante o processo formativo, a exemplo: posso citar o relato de experiência da grupo da profª Marlene da escola Donatila Lopes. Ela dizia no último encontro que o grupo chegou à constatação de que realmente quando as meninas (Vânia e Cilene falavam e exemplificavam que é possível alfabetizar ensinando todo o alfabetário elas não acreditavam), mas depois que colocaram em prática a proposta de atividades do grupo-base chegaram a uma conclusão que realmente é possível alfabetizar sem ter que ensinar vogal por vogal e obter resultados maravilhosos. Quicá outros grupos de escola refletam e cheguem à conclusão. Quando ouvir esse relato constatei que realmente hoje estamos tocando em um ponto chave (como se alfabetiza uma criança). Ademais concordo com a fala de Perrenoud ”ser formador exige reflexão sistemática sobre a própria prática, autonomia intelectual, compromisso político, destituição da crença em verdades absolutas. Exige habilidades: a habilidade de cobrar e oferecer, desestabilizar e acolher, desejar saber e provocar esse desejo no outro… Exige intimidade com a "arte de fazer da diversidade a regra".
ResponderExcluirO texto nos remete a várias reflexões relevantes, dentre estas destaco como crucial a valorização do saber do professor. Enfoco o reconhecimento e a valorização do saber do professor no contexto da formação continuada, destacando o saber da experiência como primordial no saber do docente, pois é a partir deste que o professor dialoga com as disciplinas e os saberes curriculares. Por isso considero fundamental o momento de relato de experiência no projeto “Expertise em Alfabetização da SEMEC-Belém” e concordo com a professora Vânia ao destacá-lo como um dos “pontos fortes” das pautas de nossos encontros, pois além de se constituir em suporte para a formação continuada por meio de uma reflexão na prática e sobre a prática, possibilita a investigação-ação e a investigação-formação, dando importância aos saberes que os profissionais possuem, permitindo aos formadores compreenderem as teorias que orientam a prática dos professores para que possam criar referenciais, caso seja necessário, que fomentem discussões e intervenções. Também percebo que os relatos de experiências possibilitam certa animosidade, envolvimento e interesse do grupo em ouvir o outro. Isso é bom porque abre espaço para troca, discussão e construção coletiva de novos conhecimentos e sabres e ao mesmo tempo propicia a acolhida, cobrança, disponibilidade e outros aspectos fundamentais no processo de formação continuada.
ResponderExcluirPodemos nos ver em diversos momentos de formação ao lermos este texto. Particularmente considero de fundamental importância o respeito e valorização à multiplicidade de saberes que aprendemos e desenvolvemos no decorrer da vida. No que se refere a “Como potencializar talentos e conhecimento do grupo”, acredito que a “escuta sensível”(?), bem como agir com fraqueza e respeito com os colegas nos oferece muitos caminhos. No último encontro que tivemos, a vivência com as cantigas de roda, deflagrou na professora Maria Raimunda da UP Combat -que até então se pronunciava apenas de forma negativa em relação a formação- um entusiasmo nunca antes observado, nos mostrando um caminho de como encorajá-la a tentar outros modos de ensinar e aprender.
ResponderExcluirEstamos diante de mais um texto bem curiso e inquietante...
ResponderExcluir"Considerar e valorizar o conhecimento prévio do grupo".
É bem interessante e nos faz relembrar principalmente nossos encontros de formação...
Particularmente lembro bem dos momentos de formação lá no auditório do Ruy Britto:
As discussões, dúvidas, leituras, momentos de descontração, exibição de filmes, e os momentos de socialização...
Creio que este último tem sido ultimamente um dos momentos mais esperados pelo grupo, haja visto que começavamos nossas pautas pelas socilaizações do grupos.
Como ainda percebemos o atraso de alguns professores nos encontros optamos por inverter a pauta começando pela mostra dos resultados obtidos no meses anteriores, para somente depois que um grupo maior estava presente realizarmos este tão esperado momento.
Já agora concordo e comento sobre a fala da Profª Regina Cabral onde diz "Não vendemos receitas, mas contribuímos para a descoberta de fontes...."
Achei espetacular esta fala e faço agora uma comparação com o grande interesse, dedicação e avanço que temos percebido da Profª Graça Barbosa da E.M.Stellina Valmont.
Onde a mesma em seu comentário
reconheceu que nunca tido trabalhado em uma turma de alfabetização tanto em escolas do Estado como no municipio e reconhece sua dificuldades, mas percebemos que é notório sua grande participação nos encontros bem como têm se destacado nas socializações dos trabalhos com nome e alfabeto além de que quando oferecemnos os livros para estudo se prontificou logo em ler "A Didática do nível pré-silábico" pois reconhece suas limitaçoes, e possui grande interesse em aprender mais.
Este comentario foi pra mim engrandecedor, sinal de motivaçao e grande desejo de vencer, o que só faz corroborar com a temática de considerar e valorizar ainda mais o conhecimento, o interesse e a participação do grupo.
É importante ressaltar a função de trabalhar com a formação de um grupo, já que o mesmo já traz um conhecimento prévio que deve ser valorizado, digo, desestabilizado. Trabalhar com a formação do outro é um processo lento que envolve a busca do equilíbrio emocional e social, bem como a relação do indivíduo com o outro, com o ambiente. Formação é movimento, é ação, por isso requer responsabilidade do formador na realização de atividades, reflexões, conhecimentos que busquem o crescimento e o desenvolvimento do outro , fazendo-o perceber a necessidade da mudança, caso contrário de nada vai contribuir a formação. Considerar o conhecimento prévio é acima de tudo respeito com que o outro pensa, para formular ações de intervenções com princípios básicos de alcançar o que desejamos de bom para o outro. O formador tem que ser acima de tudo formador de sí mesmo, para saber trabalhar suas expectativas demasiadamente corretas no seu ponto de vista, as pessoas são diferentes, vivem contextos diferenciados, muitas vezes as expectativas do formador não são as mesmas do outro. Caso contrário vem o desanimo, o desespero e o mais grave de tudo o não acreditar na mudança.Acredito que enquanto grupo de formadores já tocamos muitos professores para a mudança, tendo em vista as variáveis que enfrentamos, isso é o que me alimenta enquanto formadora.
ResponderExcluirÉ com muito envolvimento e atenção que estudei os comentários de Izabel, Vania, Socorro, Marta, Renato e Lucia, sobretudo, pela densidade das reflexões. Parabéns!
ResponderExcluirOs depoimentos apresentados exemplificam situações vivenciadas por todos as duplas de formadores do GB ao longo do programa expertise em alfabetização e claro todas essas situações nos fazem refletir sobre nossa prática, por isso concordo com a formadora Cristiane Pelissari citada no texto quando diz fundamentada em Perrenoud que “Ser formador exige reflexão sistemática sobre a própria prática, autonomia intelectual, compromisso político, destituição da crença em verdades absolutas. Exige habilidades: a habilidade de cobrar e oferecer, desestabilizar e acolher, desejar saber e provocar esse desejo no outro… Exige intimidade com a "arte de fazer da diversidade a regra” e então genialmente sugere todo formador precisa ser OUSADO.
ResponderExcluirReitero minha concepção no processo de formação de professores com a formadora Regina Cabral quando diz que “Uma das coisas que mais me anima nesse trabalho é que não vendemos receitas, mas contribuímos para a descoberta de "fontes". Sonhamos com a possibilidade de que cada professor seja uma fonte inesgotável de possibilidades. E como suas salas de aula são repletas de alunos singulares, para cada situação – como ele é fonte – sempre descobrirá possibilidades e – como seus colegas também são fontes – poderão, no coletivo, descobrir muitas outras possibilidades.” Estes foram os aspectos que considerei mais importantes a respeito da valorização dos conhecimentos prévios dos professores.
Considerar e valorizar o conhecimento prévio do grupo é um aspecto que perpassa pelo respeito a diversidade e a individualidade enquanto grupo, no nosso caso os professores, e os diversos segmentos da escolas). Esse respeito permite que pessoas possam se comunicar, interagir e crescer juntos profissionalmente. Diante dessas considerações procuramos realizar em cada escola uma avaliação das condições de cada uma no aspecto da rotina de trabalho, das relações interpessoais, da prática pedagógica, esses aspectos nos permitem enquanto formadores avaliar a rotina de cada escola, grupo de técnicos e professores para que então saibamos como “entrar” na escola, como dialogar com cada grupo, respeitando as opiniões e também argumentando certas práticas pedagógicas que achamos desnecessárias ou improdutivas.
ResponderExcluirAtuando dessa forma conseguimos avançar bastante com o grupo que trabalhamos, e as formações mensais são um exemplo disso, e um dos momentos que considero muito bom é a socialização das atividades realizadas, percebemos a atenção dos ouvintes (bem atentos, anotando as sugestões do colega). Isso mostra que cada um tem um conhecimento, uma experiência, mas ao mesmo tempo mostra que devemos estar dispostos a aprender sempre. Ainda não estamos conformados, queremos mais, queremos principalmente uma “certa” uniformidade das práticas pedagógicas no sentido de fazer o aluno aprender a ler e a escrever. Dessa forma percebemos que o respeito a esse conhecimento prévio permitiu a aprendizagem, a intervenção e mediação, e dessa forma ganhamos o respeito e a confiança do grupo.
“Ser formador exige reflexão sistemática sobre a própria prática, autonomia intelectual, compromisso político, destituição da crença em verdades absolutas. Exige habilidades: a habilidade de cobrar e oferecer, desestabilizar e acolher, desejar saber e provocar esse desejo no outro… Exige intimidade com a "arte de fazer da diversidade a regra"”
ResponderExcluirApoiada nesse trecho do texto percebo o quanto é difícil e gratificante o papel do formador. Vivendo as duas faces da moeda, ser professora e ser formadora, tem me levado a refletir sobre muitos discursos vazios, as razões que levam a não realização de atividades diferenciadas na escola, na sala de aula.
Ao observar outros ambientes de trabalho e formação percebo o quanto temos oferecido aos nossos professores e compreendo o quanto tem sido valioso para eles a nossa contribuição. As relações de parceria que temos construído nas escolas, sem imposição das nossas idéias, mas levando contribuições e com disposição de aprender conjuntamente, tem sido a meu ver, um dos diferenciais de nossa ação.
Como diz o texto: "Um bom professor não é aquele que é eficiente somente com os bons alunos, mas aquele que também é eficiente (consegue de fato ensinar) com aqueles alunos com mais dificuldades", e é com aqueles que têm mais dificuldades em fazer a transposição didática do que é trabalhado nos encontros para a sua prática que devemos atuar com maior garra e motivação, pois, se conseguirmos trazer esse professor para as aprendizagens coletivas e individuais, conseguirá também, muitas aprendizagens com seus alunos. Valorizar as diferentes práticas e saberes dos sujeitos em formação, para que todos sintam-se sujeitos do seu processo de aprendizagem é uma forma de mobilizar. Lançar desafios, estabelecer vínculos de afetividade, situações de segurança, de fortalecimento, de confiança, são ações motivadoras. Tenho aprendido muito nesse processo de formação que faço parte como formadora e como aprendiz e, uma dessas aprendizagens é que às vezes é muito mais proveitoso dar uma injeção de animo para depois colher bons frutos do que ser duro e realista demais....
Darei três exemplos de situações vivenciadas no Projeto e no GB: desde que entrei no Gb sempre escutei e fiz a leitura do meu entendimento sobre a frase “tratar bem o professor” que é corroborada com a frase do texto: “Não deixar transparecer o mau humor com os profissionais desinformados, resistentes, monopolizadores”, temos feito isto sem deixar de dar opinião e sem ridicularizá-lo. Tenho feito disso uma prática constante isso não quer dizer que não incorramos em erros. As devolutivas sempre foram valorizadas pela “nossa dupla” (A Isabel ainda está muito sempre no meu trabalho), os comentários na planilha que também começou na parceria com Socorro Lima, as cartinhas, que “incentivam e apontam as necessidades de avanço”, tem surtido muito efeito, como já relatei em postagens anteriores. O outro exemplo é em relação a “reconhecer as próprias falhas como formador” no episódio das avaliações do mês de março, que na ânsia de termos dados mais fidedignos, desconfiamos excessivamente das avaliações realizadas pelas professoras do projeto. Essa experiência me fez repensar que todos nós temos limitações e não é tão fácil reconhecer e admitir para os outros seus erros.
ResponderExcluirRefleti muito sobre a fala da Vânia quando diz que “é sendo formador que se aprende a fazer formação de professores”, é claro que devemos ter conhecimentos teóricos, porém eu nunca tinha sido formadora, apesar de trazer implícito a postura de professor de trabalhar com alunos e também ter tido a experiência de ministrar aulas para um curso de formação para professores, em alguns aspectos trabalhar com profissionais da
ResponderExcluireducação e contribuir para sua prática não é muito fácil. Pois nesse momento você vai interferir no trabalho de alguém que esta há anos fazendo aquilo que tem muita experiência e que acredita no que faz, então somente vivenciando essas situações é que vamos aprender a ser um formador. Formador esse que deve respeitar o conhecimento do outro, ser coerente com a necessidade do outro e principalmente saber como conduzir as situações de aprendizagens que ocorrem nas formações. Então avaliar os encontros para cada vez mais aperfeiçoá-lo é papel importante do formador.
Um dos aspectos que procuramos, enquanto formadores, alertar os professores em momentos de assessoramento/orientação, é para levarem em consideração o conhecimento de mundo (e/ou conhecimento prévio) dos alunos para que possam propor sequências didáticas de trabalho que tenham significado a esses alunos. Isto também vale para nosso trabalho juntos aos professores, pois precisamos “planejar e estar atentos aos saberes do grupo, ao movimento que revelam e indica os rumos da caminhada”, isto porque, dentro do grupo de professores temos diversidades culturais e de formação que fazem com que tenhamos ritmos também diferenciados e percursos distintos para se chegar a edificação de conhecimentos.
ResponderExcluirValéria Risuenho
O que seria de nós se fosse o outro para trocarmos ideias. Lembro-me um depoimento de um certo ator global que em um determinado momento de sua vida resolveu que não mais queria conviver em sociedade, comprovou um sítio no interior Paulista e pra la se modou a penas acompanhado de um excelente cozinheiro e uma biblioteca com quase seis mil livros para ler e meditar. Passaram-se quase dois anos este não suportou a ausencia de pessoas e retornou para capital. Quando foi inquerido pelo motivo que o trouxe de volta e qual o aprendizado tirado das leituras realizadas nos livre, sim por segundo ele, leu quase todos os livros, este apenas respondeu: não sei se apredi alguma coisa, pois não tinha o outro para compartilhar as ideias, estou me sentido num grande vazio.
ResponderExcluirEste é um exemplo de como devemos valorizar os saberes que cada individuo tem. Nas nossas intervenções nas escolas, temos enfatizado muito ação, pois acreditamos que cada criança tem o seu saber e que por tanto deve ser respeitada por tal e ter a portunidade de expressá-lo.
"Devemos levar em consideração os conhecimentos prévios que os alunos trazem de casa"
ResponderExcluirOptei por começar com esta frase que muito ouviamos na academia justamente pra corroborar com o tema em questão que adora estudamos:
Considerar/valorizar o conheciemnto prévio do grupo.
Não tenho como não contrariar o que todos meus colegas ja disseram aqui e em nosso grupo de formação (Icoaraci/Outeiro) também não é diferente.
Tenho observado principalmente nos nossos encontros coletivos a grande diversidade de temas que já discutimos independente ou não de estarem dentro da nossa temática proposta.
Pois ora ou outra quando surge alguma outra questão polêmica abrimos espaço para estas discussões e percebemos o quanto é grande as informaçoes e preocupações do nosso grupo não só com os resultados e aprendizagens das crianças mas outros temas ligados a educação de forma geral.
Da mesma forma como nossas crianças ja trazem um gama de conhecimentos de casa assim tambem se dá com nossos professores.
Este foi também um excelente tema que tivemos oportunidade de estudar e debater.