17 de agosto de 2009

Análise do trabalho de formação e do processo pessoal de aprendizagem

As situações que demandam análise do modelo e do processo de formação que ocorre no grupo, bem como do processo pessoal de aprendizagem, contribuem para que os educadores desenvolvam sua capacidade de "enxergar além" dos conteúdos observáveis, para mergulhar em outras questões que permitam aprender conteúdos que dependem de tematização para se tornar evidentes.
Entretanto, a análise de atividades, estratégias, procedimentos e atitudes que o formador utiliza para abordar o que é conteúdo explícito da formação fazem muito mais sentido no trabalho com formadores do que no trabalho com professores. Nesse caso, as estratégias que precisam ser explicitadas são aquelas que guardam similaridade com a didática de sala de aula e que,por essa razão,acabam sendo também conteúdo da formação. Em geral, com professores é suficiente escolher e utilizar boas estratégias metodológicas, não é necessário torná-las observáveis para eles.
Quando o trabalho é de formação de formadores, aí sim a explicitação e a análise de atividades, estratégias, procedimentos e atitudes do coordenador do grupo tem uma importância fundamental, pois a abordagem metodológica dos conteúdos constitui um dos conteúdos principais da formação dos que têm a tarefa de formar outros educadores: nesse caso, o "como fazer" é tema de estudo. Geralmente,os temas tratados são muito mais observáveis do que as formas de abordá-los – não basta, portanto, ao formador de formadores,escolher e utilizar boas situações de ensino e aprendizagem: ele precisa evidenciá-las. Para tanto, deve ajudar o grupo a alcançar um distanciamento da situação vivida para poder identificar as condutas,e não propriamente o que aprendeu.
Se a análise das formas de tratar os conteúdos fazem mais sentido no trabalho de formação de formadores, o mesmo não ocorre quando a questão é refletir sobre o próprio processo ou percurso de aprendizagem: isso é algo fundamental na formação dos educadores.
Entender as formas próprias de aprender e utilizar conhecimentos e a evolução da aprendizagem pessoal pressupõe uma reflexão "metacognitiva",uma reflexão que permite aprender sobre a aprendizagem.
Algumas estratégias que permitem esse tipo de reflexão: a vivência de situações que, pela análise da experiência pessoal, permite compreender alguns aspectos do processo de ensino e aprendizagem; a identificação das conseqüências, no processo pessoal de aprendizagem, das concepções de ensino dos professores de que foi aluno; a comparação dos resultados obtidos em uma reflexão inicialmente individual e posteriormente coletiva;a auto-avaliação e a identificação do percurso de aprendizagem.
As reflexões a seguir tratam de algumas dessas questões.

Explicitação das estratégias metodológicas

Sobre a natureza "metacognitiva" de certos encaminhamentos centrais, como o levantamento, a análise e a avaliação das estratégias metodológicas de formação que vão sendo adotadas ao longo do trabalho: é muito importante não se limitar a identificar ou listar as estratégias, mas sim fazer os participantes viverem a "tomada de consciência" do trabalho do formador ao escolhê-las, pô-las em prática etc. Ou seja, esse tema merece tempo na pauta de trabalho.
Artur Gomes de Moraes

Havia uma preocupação muito maior do grupo com as discussões de natureza teórico-prática sobre os conteúdos do módulo do que sobre as estratégias metodológicas de formação – parecia que isso não era nenhuma novidade.
Deixei vir à tona as dúvidas todas e propus que as anotações das estratégias metodológicas fossem feitas durante os trabalhos e não somente ao final: a cada situação, era preciso anotar num cartaz colado na parede as estratégias utilizadas para a realização das atividades. Dessa forma, ao término dos trabalhos, todas as estratégias estavam relacionadas, o que permitiu uma discussão bem interessante.
Márcia Gianvechio

No início do trabalho com os Parâmetros em Ação, eu solicitava que um ou dois participantes do grupo registrassem as estratégias metodológicas utilizadas no Encontro, e essa não era uma tarefa fácil. Primeiro, porque conseguir os voluntários para realizá-la já era complicado, e depois porque também a tarefa em si não é muito simples. Era difícil para eles entender o que estava sendo solicitado, porque geralmente o foco da atenção estava muito mais voltado para os conteúdos do que para a forma pela qual eles estavam sendo trabalhados. E, de mais a mais, freqüentemente nossas estratégias metodológicas de formação (formas escolhidas criteriosamente para tratar um determinado conteúdo, por serem consideradas mais adequadas) eram ainda confundidas com as velhas conhecidas dinâmicas de grupo. Embora eu fizesse algumas intervenções para ajudar na identificação das estratégias, o que acabava acontecendo quase sempre era um relato do trabalho.
Considerando a dificuldade inicial dos participantes dos grupos entenderem o que chamamos de estratégia metodológica, resolvi, depois de um tempo, apresentar a eles uma lista com as estratégias descritas para que coletivamente identificassem, dentre elas, quais as que estavam sendo utilizadas durante os trabalhos. Foi a forma que encontrei para ajudá-los a entender exatamente do que é que estamos falando quando falamos em estratégia metodológica". E a minha avaliação é que assim o resultado tem sido muito melhor.
Rosa Maria Antunes de Barros

Certos procedimentos e atitudes necessários a um formador precisam ser tematizados no trabalho com coordenadores de grupos de formação. Alguns deles:

• Apresentar expectativas de aprendizagem e finalidades do trabalho de formação é importante? Por quê?
• Para uma atividade de debate, de apreciação de imagem ou de discussão de um programa de vídeo, a disposição das carteiras da sala é um aspecto relevante a ser considerado? Por quê?
• O coordenador deve falar mais ou ouvir mais?
• Como valorizar o que os professores contam?
• Como favorecer a participação de todos?
• Devemos responder às perguntas feitas ou devolvê-las, problematizando-as?
Com que freqüência?
• Como encaminhar a discussão de questões sobre as quais não há consenso – por exemplo: deve-se ou não ensinar ortografia enquanto os alunos estão se alfabetizando?
• Sistematizar as discussões é importante? De que maneiras se pode fazer boas sistematizações?
A reflexão coletiva sobre questões como essas – aparentemente desnecessárias do ponto de vista de um formador experiente – é imprescindível para os educadores que estão assumindo a tarefa de coordenadores de grupo.
Eliane Mingues

Situações que permitem compreender os processos de aprendizagem

No Módulo Alfabetizar com Textos, dos Parâmetros em Ação, está proposta uma atividade muito interessante e que tenho utilizado com freqüência. A estratégia consiste em fazer o grupo vivenciar uma situação para, a partir da experiência,discutir uma determinada questão. A proposta é a seguinte:
Cada grupo recebe um pouquinho de peças de um quebra-cabeça de aproximadamente quarenta unidades (que pode ter sido improvisado pelo coordenador, com figuras recortadas) e a orientação de que deve montar o quebra-cabeça com elas. Como é impossível montar o quebra-cabeça com as poucas peças que possuem, certamente dirão que não é possível, pois faltam partes e pedirão mais. O coordenador distribui então mais um pouquinho, conforme a solicitação de cada grupo, por mais umas duas vezes, até que concluam que sem todas as peças não dá para montar nada, a não ser pedaços das figuras. Então, o coordenador entrega todas as peças, para que os professores possam montar o quebra-cabeça.
Um dos objetivos dessa atividade é favorecer a discussão sobre a relação entre o trabalho de alfabetização com silabário e o trabalho de alfabetização com textos. Para que essa discussão seja produtiva, é importante que o coordenador do grupo convide os educadores a refletir sobre a própria experiência com a montagem do quebra-cabeça: por mais que se possa ocasionalmente formar figuras com as peças, somente se consegue compor o todo dispondo do conjunto inteiro.
No encaminhamento da proposta, sempre faço algumas alterações que, na minha opinião, favorecem a conquista do objetivo da atividade – explicitar melhor as concepções que sustentam uma proposta de alfabetização com silabário e uma proposta de alfabetização com textos. Uso três quebra-cabeças diferentes, com tarefas diferentes para cada grupo, preferencialmente sem que se saiba disso: um grupo com o quebra-cabeça completo e a caixa com a figura completa de modelo, outro com o quebra cabeça incompleto e sem a caixa de modelo e outro com o quebra-cabeça incompleto, mas com a caixa de modelo. Os educadores têm avaliado que essa proposta realmente atinge o objetivo pretendido. Mas o cuidado ao encaminhá-la é fundamental, porque dependendo da forma como conduzimos a discussão acabamos, sem perceber, dando mais respostas do que deveríamos.
Rosa Maria Antunes de Barros
Nos grupos de formação de professores, estou chamando a atenção para dois pontos que considero importantes (além de escrita e leitura): a escuta ativa e a linguagem oral. Tenho começado os Encontros com uma Leitura Compartilhada a escuta de um CD de histórias e fábulas contadas, ou com poemas declamados.
No primeiro dia de um dos grupos foi uma surpresa, pois ninguém levou a sério o meu pedido de "Escutem!" Continuaram passando papel uns para os outros, anotando coisas...
No final, pedi que recontassem a fábula que tinham acabado de escutar.
Foi só reclamação... "Não deu para escutar direito"; "O som está ruim"; "Eu me lembro somente de algumas partes...". Fui articulando o pouco que lembraram e depois disse: "Como vocês fazem com as crianças, quando não escutam?" Foi muito interessante, pois a maior reclamação dos professores era que as crianças não conseguiam parar para escutar histórias, ou para reescrevê-las – precisavam de ajuda constante para lembrar o texto...
Perguntei-lhes: "Será que as crianças que ainda não estão alfabetizadas não têm capacidade de ouvir? Não sabem falar? Não podem participar de um reconto oral ou de uma escrita coletiva na qual o professor seja o escriba?".
Responderam que sim.
Discuti com eles que faz falta um trabalho voltado também para a aprendizagem da escuta atenta pelas crianças, como seria bom que as convidassem a participar dos debates, dar idéias... e por aí vai. Aquelas que ainda não se alfabetizaram só não sabem ainda ler e escrever convencionalmente, mas são capazes de ouvir com compreensão e são capazes de falar!
Percebo que essas situações em que colocamos os professores em uma situação de alguma forma similar à dos seus alunos são muito convincentes e, portanto,valiosas no trabalho de formação.
Ariana Rocha

Análise do próprio processo de aprendizagem

Memórias...

Como qualquer criança na idade pré-escolar, eu sonhava em ir para a escola, naquela época, Jardim da Infância. Não só sabia o nome de minha professora, como a conhecia, pois éramos da mesma comunidade.
Dona Mariinha era muito acolhedora, afetuosa e tranqüila. Demonstrava um carinho especial por todos os alunos.
Estava eu ansiosa por aprender. No início, ela dava muitos exercícios de coordenação motora. Depois, fiquei um bom tempo copiando o alfabeto em letra cursiva e repetindo-o em voz alta para decorá-lo, pois era assim que se concebia a aprendizagem da escrita. Em seguida, começou a ensinar as sílabas.
Percebi, então, que já sabia ler. No entanto, o conhecimento que tinha não foi valorizado pela minha professora, uma vez que o que eu já sabia não havia aprendido na escola. Tive que passar por todas as famílias silábicas para que o meu conhecimento fosse reconhecido e validado.
Já nas primeiras semanas li e reli a cartilha do começo ao fim, porém fui proibida de continuar relendo: a professora acreditava que podia controlar minha aprendizagem, e que sem ensino sistematizado e fora da escola não havia saber.
A postura de dona Mariinha era totalmente coerente com o que se acreditava, e que muitos professores ainda acreditam. No entanto, isso nunca interferiu na relação de estima e afeto que mantinha comigo e com os demais alunos.
O que me possibilitou ler antes do ensino formal?
Fui criada numa família evangélica e dominicalmente íamos à igreja. Gostava muito de cantar os hinos, acompanhando-os no hinário. Aos 6 anos, o meu repertório desse tipo de música era muito grande. Como sabia as músicas de memória, solicitava a ajuda de um adulto para encontrar o hino desejado no livro – afinal, um hinário tem cerca de quinhentos hinos… Com o tempo passei a reconhecer os números e procurar a música desejada. De repente, estava lendo.
Aprendi a ler com textos de verdade e numa situação real de leitura. As palavras não me foram fragmentadas ou simplificadas, e muito menos seus significados apresentados um a um. O processo de alfabetização aconteceu de forma natural e tranqüila, resultado de minha interação com textos de meu interesse e que faziam sentido no meu cotidiano e no grupo social em que vivia.
Embora minha professora acreditasse que podia controlar minha aprendizagem, ela percebia que eu tinha um nível de conhecimento muito superior ao que era oferecido e permitido na escola. Por isso, eu era considerada com aptidão e capacidade inatas, que determinavam a facilidade que ela supunha que eu tinha para aprender, porém, mesmo assim era preciso não ir adiante do programa e nem dos outros. O trabalho de dona Mariinha buscava homogeneizar a classe.
Ou seja, puxar para cima os que eram considerados atrasados e deter os que estavam adiantados (linguagem usada naquela época).
Lembro-me com saudades de dona Mariinha e, quando vou a Goiás, sempre a visito e é uma alegria para nós duas.
Célia Prudêncio de Oliveira

No início, os depoimentos traziam um discurso positivo, de saudade, respeito e admiração. As críticas vinham sempre amenizadas pela exaltação ao compromisso e à dedicação do primeiro professor. Apareceram expressões como medo, palmatória, punição, tomar lição, sofrimento, mas vinham acompanhadas de "exemplos dignos", "dedicação", "eficácia"... Uma participante relatou que sua professora nunca levantava da cadeira, só fazia cópia e ditado, e que suas tarefas vinham cheias de correções com caneta vermelha e ela achava aquilo lindo. Nunca foi punida, pois era boa aluna e para ela tudo era bom.
Os depoimentos não saíam disso, e eu já pensava em fazer algum comentário que pudesse mobilizar o grupo ou sugerir algo, mas contive minha ansiedade, que já era imensa, e resolvi esperar um pouco mais. Eis que surge, então, um depoimento que mexeu com o grupo. No começo parecia seguir a mesma linha dos outros, apontando posturas não mais aceitas, mas sem conseguir condená-las.
Porém, no final, trouxe uma reflexão que descortinou algo difícil de perceber, ou mesmo admitir. Dizia:

Quando fecho meus olhos eu só consigo me ver como uma criança que era extremamente submissa, passiva e assustada com tudo que pudesse fugir da rotina da sala de aula. Minha mãe sempre me dizia que obedecesse a professora e fizesse tudo certinho, pois assim eu seria considerada uma boa menina... posso ousar dizer que características acrescidas a minha personalidade foram responsáveis por uma série de comportamentos que possuo e que tenho dificuldade de superar. Hoje, a timidez, a insegurança e a falta de iniciativa são traços que muito me atrapalham. […]

Por conta desse depoimento, uma outra participante resolveu se pronunciar.
Disse que havia decidido não ler seu relato, mas mudara de idéia: queria mostrar o outro lado, o lado feio. Foi um depoimento forte que detonou uma excelente discussão em torno do que as escritas de memórias trazem: se justificam tudo o que condenam, se remetem apenas ao que foi positivo, se
as lembranças só evocam coisas boas, que significado tem isto? O que os depoimentos denunciam? Por que não lembram do que foi negativo? Será por não conseguir perceber, ou por uma resistência inconsciente? Esses questionamentos foram surgindo.
Fernanda Leturiondo Parente

No momento da leitura das memórias pessoais, em geral, peço aos participantes do grupo que analisem: De que concepção de aluno, escola, professor e alfabetização falam as memórias ouvidas? Qual a diferença entre aquela concepção e a que hoje se defende?
Vou anotando as questões colocadas pelo grupo na lousa e peço para que anotem no Caderno de Registro.
Algumas vezes, proponho algumas questões adicionais:

• Se por um lado é fácil identificar posturas pedagógicas tradicionais, o que são posturas construtivistas?
• Por que a escrita de memórias e a análise das concepções que elas revelam são conteúdos importantes na formação? No que esses conteúdos ajudam?
• O que é ser professor dentro de um marco de referências construtivista?
No último Encontro, criei uma nova variação para a proposta. O desafio consistia em pensarem como se fossem o aluno que alfabetizaram: que lembranças eles teriam de seus primeiros professores? Como contariam que foram iniciados no mundo das letras? O que se lembrariam de como foram alfabetizados?
Esse foi um excelente encaminhamento, pois obrigou-os, ao escrever essas memórias ficcionais, a pensar na própria atuação de professor...
Eliane Mingues

Fonte: MEC. Ministério da Educação. Programa de Formação de Professores Alfabetizadores - PROFA. Guia de Orientações Metodológicas Gerais. 2001. p. 178 a 183

15 comentários:

  1. Vou ter a árdua missão de começar este depoimento e para um melhor embasamento vou utilizar uma afirmação do texto que diz:
    "Não basta ao formador escolher e utilizar boas situações de ensino-aprendizagem, ele precisa evidenciá-las"....
    Neste ponto com o autor pois acredito que ao formador cabe também as experiências de estratégias utilizadas pelo grupo como um todo, ponto válido este considero os relatos de atividades socializadas e que por vezes são compartilhadas com os outros professores.
    Por vezes já escutei na socialização de propostas vivenciadas por professores tais falas:
    "Ah, achei interessante tal atividade com jogos ou bingos..., ou: faço semelhante a essa e ja obtive os mesmos resultados..."
    Penso que as estratégias utilizadas pelos professores tem muito de algo similar com a didática de alguns outros colegas, e vejo que se assemelham muito com as sequências didáticas que temos proposto para estudo nos grupos ou em HPs.
    Dessa forma concordo com a afirmação da questão que norteia este tema semanal, onde as estratégias utilizadas guardam similaridade com a didática de sala de aula dos professores.

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  2. A prática de cada profissional está imbuída de suas experiências e no que cada um acredita ser certo ou não. Basicamente observamos isso nos relatos e também em observações realizadas em nossas andanças nas escolas. Para nós formadores sensibilizarmos os professores a perceberem que sua prática não esta oportunizando uma aprendizagem adequada ao aluno, devemos ter muitos argumentos, e tais argumentos somente nascem com muito estudo e a forma certa de saber como tratar do assunto. As estratégias utilizadas para contribuir na percepção ou enriquecimento da prática do outro deve ser feita com muito critério e cuidado. O que sempre deixamos claro nos nossos encontros é que não temos a pretensão de mudar a prática do professor, porém contribuir com sugestões que irão possibilitar uma melhor aprendizagem do aluno. Para Moraes “Em geral, com professores é suficiente escolher e utilizar boas estratégias metodológicas, não é necessário torná-las observáveis para” eles”. É necessário usarmos de estratégias que façam o professor refletir sua prática, pelo menos dessa forma podemos avaliar como eles vem trabalhando as atividades e também podemos inferir e contribuir acerca do que pensamos não estar correto.Essa experiência tem nos propiciados bons momentos de discussões e aprendizagem.

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  3. Certamente, oferecer nos encontros de formação estratégias metodológicas em que os professores se deparem com dificuldades semelhantes às dos alunos é uma forma positiva de sensibilização e provavelmente contribuirá para mudanças de atitude em relação a situação problema vivenciada.
    Acredito que a leitura de bons textos literários, realizada em nossos encontros tem suscitado no mínimo, o interesse pelos livros disponíveis nas salas de leitura das escolas, a exemplo da E.M. Terezinha Souza, e E.M. República de Portugal na qual esta semana nos deparamos com diversos livros de lendas dispostos no quadro para o conhecimento dos alunos.

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  4. Acredito que a palavra chave ao se tratar de Formação e aprendizagem seja:" sensibilização" como vem abordando os textos referendados para leitura.
    Na atividade em grupo que realizamos no último encontro com os coordenadores de CI 2º e 3º ano, tivemos a preocupação de ao planejarmos a pauta de reunião com os professores de iniciarmos com uma dinâmica para reflexão, exatamente para agir na pespectiva de sensibilizar e levar o professor a refletir sobre o seu papel, suas concepções e suas práticas ao realizar o trabalho com a leitura e a escrita.A partir do momento que o professor tiver consciência da sua atuação e em que pespectiva está atuando,ele saberá em que ponto quer chegar e principalmente saberá definir, traçar o caminho que o levará ao ponto em que determinou.

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  5. Acredito que a utilização de estratégias em consonância com as usadas em sala de aula permitem aos professores repensam criticamente suas práticas, ou seja, favorecem o exercício do pensar sobre o pensar, no caso, sobre o fazer. Funciona como se colocássemos um espelho em frente ao professor para que se veja.
    Esta questão é visualizada nos encontros nos momentos em que fazemos o estudo das sequências didáticas, pois com esse estudo os professores refletem a respeito das estratégias que usam junto aos alunos e têm a oportunidade de “aprender sobre a aprendizagem” de seus alunos.
    Valéria Risuenho

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  6. Quando apresentamos nos encontros estratégias metodológicas como o estudo da seqüência didática ou relatos de experiência do trabalho desenvolvido pelo professor, percebemos que o docente constrói reflexões sobre suas estratégias como: “eu fazia isso assim, mas agora percebo que estava errada” ou “essa atividade é muito boa para o aluno pré silábico mas para o alfabético não”. Isso são indícios de um trabalho de formação que cria possibilidade de similaridade com a didática de sala de aula. Para tanto, temos sempre o cuidado de suscitar questionamentos que instiguem o docente ao exercício de investigação de sua própria ação pedagógica, tanto nos encontros coletivos quanto no assessoramento nas escolas, pois analisando estratégias didáticas e identificando o referencial teórico que as sustenta encontram melhores caminhos de aprendizagem para seus alunos.

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  7. Desde que iniciamos o trabalho de formação em 2005 sempre enfatizávamos que todas as estratégias utilizadas nos cursos poderiam ser introduzidas na sala de aula. Nos encontros de formação não é diferente quando da utilização das sequências didáticas, a leitura de um texto literário a cada encontro são ações que tornam-se estratégias e o próprio conteúdo a ser aprendido/assimilado pela professora, dando ênfase ao conteúdo dos níveis da psicogênese ou outros temas abordados.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Esse texto nos ajuda a pensar sobre o trabalho precioso e habilidoso do formador. Isto significa diz que somos participe no trabalho com os professores. Fazemos o deslocamento de atuação de professor para formador. Portanto, “os temas tratados são muito mais observáveis do que as formas de abordá-los – não basta, portanto, ao formador de formadores, escolher e utilizar boas situações de ensino e aprendizagem: ele precisa evidenciá-las”. Para tanto, é preciso que o formador crie boa situação problema reunindo três elementos básicos: o que sabem os professores e o que não sabem o que precisam aprender a fazer para aprimorar suas práticas. Esses indicadores nos ajudam a pensar em quais estratégias metodológicas são viáveis para refletir com os professores.
    Por isso, precisamos exercitar a escuta sempre que necessário promovendo o debate entre os profissionais envolvidos para refletir sobre as práticas e processos na sala de aula. Além do mais é preciso estabelecer regularidade na formação (assessoramento) para estabelecer laço de referência, diálogo aberto e propósitos com os educadores.
    Quanto aos resultados temos alguns a relatar:
    Conseguimos instituir na formação que somos um grupo, socializamos os avanços e as dificuldades particulares são detectadas e sanadas, na medida do possível, dentro do contexto particular;
    As formadoras têm abertura com a direção;
    Fazer reuniões pontuais com as professoras, por escola, sempre que necessário;
    Agimos em favor das crianças cuidamos da frequência visando instituir na escola um trabalho de acompanhamento para saber quais as providências da escola frente os alunos faltosos;
    Os professores são receptíveis quanto à proposta das condições didáticas sugeridas pela dupla;
    Fazemos intervenções pontuais nas escolas que estão com grande quantidade de crianças P S;
    Tiramos dúvidas e damos sugestões aos professores;
    A escola solicita da dupla, parecer sobre entrada de alunos novos no decorrer do ano.

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  10. Considero fundamental poder relacionar a proposta de se implementar as estrategias como elemento essencial na formação do educador, tendo a necessidade de fazê-lo perceber no contexto como sua prática vem sendo desenvolvida, bem como perceber a aprendizagem do aluno. Outro fator importante é elaborar estas estratégias em grupo, para que dessa forma possa se verificar as dificuldades individuais de cada formando e sanar este problema através do discurso de interação que acontece nos grupos de estudos.
    Esta concepçao é confirmada na fala do autor do texto em estudo, que nos diz:
    "as estratégias que precisam ser explicitadas são aquelas que gurdam similaridade com a didática de sala aula".
    Isto ocorre nas intervenções que fazemos junto aos professores nas escolas. A segurança e clareza sobre o assunto abordado, dá ao formador e ao professor possibilidade de favorecer o aluno uma aprendizagem eficaz e significativa.

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  11. Acredito na importãncia de se utilizar estratégias metodológicas que venham oportunizar o encontro do aluno com o conhecimento e daí surgir a aprendizagem. Em nossos assessoramentos fazemos e com muito cuidado a observação da prática dos professores sempre com o intuito de estar contribuindo para a melhoria da prática pedagógica, bem como motivá-los a reflexão e a tomada de consciência.
    Nos nossos encontros procuramos sempre que possível criar situações para que os professores vivenciem práticas que corelacionem a esta ação, pos acreditamos que se prende melhor a fazer fazendo, ou seja, interagindo com o objeto do conhecimento, e ao perceber na prática está situação isto é no papel de aluno perceberão que aprender fazendo funciona, como acrescenta o texto em estudo" não basta, portanto, ao formador de formador, escolher e utilizar boas situações de ensino e aprendizagem: ele precisa evidenciá-las.

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  12. Trabalhar com formação de professores é um exercício constante de escuta para poder direcionar intervenções que ajudem o outro a pensar sobre. O texto é perfeito quando relata as indagações provenientes das intervenções dos formadores. Esse é o caminho de td uma formação seja do professor ou de uma pessoa em processo de construção de sua identidade. Favorescer estratégias que ajude o outro a se colocar nu lugar da situação vivenciada, propor situções problemas é levá-los a pensar, a sair da casca de defesa pessoal para saber assumir os erros e partir para os acertos. Para tanto, td formador tem e muito que saber ouvir para poder orientar, e saber o que está orientando para não impor suas idéias sem fazer o outro refletir para reconstruir ações significativas. Sendo assim, td que estamos vivenciando na prática enquanto formadores é válido na medida que cada formador também aprenda a se colocar no lugar do professor para realmente propor situações viáveis de aprendizagem para o aluno, e quando um professor reflete e direciona suas ações enquanto um desafio para si mesmo, é porque a formação esta contribuindo na construção de sua subjetividade enquanto alfabetizador. Percebemos isso, qd as defesas pessoais de cada um vão diminuindo gradativamente. Parabéns pelo texto!!!!

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  13. Concordo com essa questão e, reafirmo a sugestão de termos a simulação do dia de aula nas hps coletivas. Sobre essa questão da similaridade com a didática da sala de aula, reporto-me também, a HP de fevereiro, em que a temática foi sobre o carnaval, onde levamos as crianças para o momento de formação e desenvolvemos atividades com elas sob o olhar atento das professoras. Aos vídeos que utilizamos do PROFA, que também mostram situações similares, reforçam essa afirmação. E as diversas atividades, que desenvolvemos ao longo desse projeto de formação continuada, guardam similaridade com a didática de sala de aula. Esses momentos são fundamentais para a formação do professor. Em muitos casos, elucidam dúvidas, renovam as idéias, e conhecimentos. Para nós formadores sensibilizar os professores e fazê-los analisar e rever a sua própria prática requer muitos argumentos e estratégias que os remetam a uma reflexão na ação e para a ação, possibilitando-lhes enxergar que as aprendizagens dos alunos devem ser o foco de sua prática; e que para ocorrer aprendizagem é necessário haver ensinagem, de qualidade. Não temos a pretensão de impor uma nova prática ao professor, mas problematizar a sua prática e reestruturando-a e contribuindo com sugestões que irão possibilitar uma melhor aprendizagem do aluno.

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  14. Em nosso grupo de escolas temos alguns professores que tem anos de experiências em sala de aula ou seja professores em " final de carreira" que "resistem" a mudanças, inovações e mudem sua rotina diária. Com esses professores temos travado ums "luta" desafiadora, fazer com que eles "enxerguem além" das evidências, fazer com que eles saiam do marasmo, da mesmice que vem praticando ano após ano. Incomodá-los com situações novas de aprendizagem, como diz a Lorena retirá-los dessa zona de conforto tem sido nossa tônica enquanto formadores.
    Concordo com a Rita quando diz que para nós formadores sensibilizarmos os professores a preceberem que suas práticas pedagógicas não oportunizam a aprendizagem de seus alunos é uma tarefa bem difícil, mas não impossivelpois, isso leva um bom tempo e muitos argumentos são discutidos para fazê-los mudar , como aconteceu com uma professoras de uma de nossas escolas, que um belo dias se deu conta que sua prática em sala de aula não estava ajudando os alunos pré-silábicos a vançarem, então mudou sua metodologias para a que nós tanto insistimos em nossos encontros e assessoramentos( ler bons textos, cantar, sonorizar, trabalhar com alfabeto móvel,etc.)e para sua surpresa ela percebeu um salto muito grande na aprendizagem deles.Desse modo, enquanto formadores, não temos a pretens~]ao de que o professor mude radicalmente suas concepções e práticas, mas, sim que reflita estratégias metodológicas que contribuam para a aprendizagem de seus alunos com sucesso.

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  15. Considero necessário dividir a análise do trabalho de formação e do processo em duas fases. A primeira diz respeito às ações realizadas pelos Formadores do Centro de Formação de Professores da SEMEC, é um trabalho que exige atenção, estudo, análise, argumentação (que perpassam pelas competências) que foram aos poucos sendo desenvolvidas em mim a partir de 2005, sendo então um processo pessoal de aprendizagem.
    A segunda análise diz respeito ao professor, e concordo com a Formadora Graça Barroso que um aspecto principal nesse trabalho é a sensibilização, que precisa ser desenvolvida no professor que está na escola, essa competência é a alavanca para que todo o esforço realizado pela equipe de formadores seja efetivado na sala de aula.

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